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“Lisboa em si” é o nome da iniciativa que dia 21 de Junho, pelas 22h, vai invadir a zona ribeirinha da cidade para marcar o solstício de Verão. Trata-se de um concerto inédito que, durante sete minutos, vai fazer da capital uma orquestra.
Para tal, 100 músicos vão tocar os sons da cidade, isto é, apitos de barcos, de viaturas de bombeiros, de comboios, sinos de igrejas e de campainhas de eléctricos.
“A cidade pede ao público" sete minutos de silêncio para se fazer ouvir. Sete em homenagem ao seu número de colinas e de minutos que o terramoto de 1 de Novembro de 1755 a fez tremer. A destruição provocada pelo sismo mudou para sempre a capital.
Segundo o que Pedro Castanheira, director artístico do projecto, disse à Lusa, estar em silêncio durante esse tempo é “ser um instrumento, ou seja, parte activa do concerto”. E salienta: "Esta é a parte mais essencial de todas.”
O público pode ainda, e deve, participar no evento em outros dois momentos: antes e depois. Quando soarem as sirenes que assinalam o início do concerto, vai ser lançado um foguete do rio. Nesse momento, "as pessoas deverão fazer ‘shhhhhhhhh’, não de forma agressiva, mas percutiva, com intuito a espalharmos, ao longo da zona ribeirinha, um som de pedras a rolar, como se o rio as fosse buscar”, pede Pedro Castanheira.
Depois “é o momento ‘silêncio’, que se vai cantar Lisboa” e, assinalando o solstício de Verão, a “orquestra” vai tocar em toda a zona ribeirinha da cidade, balizado a Este pela Igreja de Santo Estêvão, a Oeste pela Igreja de Santa Catarina e a Norte pelo Miradouro de S. Pedro de Alcântara. Por fim, pede-se ao público que faça o barulho que quiser.
Foram identificados sete pontos de escuta, locais de referência onde a harmonia entre os sons será mais perceptível: Miradouro de Santa Catarina, Praça Camões, Miradouro de S. Pedro de Alcântara, Miradouro da Graça, Castelo de S. Jorge, Miradouro de Santa Luzia e Praça do Comércio.
A iniciativa “Lisboa em Si” é uma co-produção da Cooperativa Fora de Si e da Câmara Municipal de Lisboa, com o apoio do Turismo de Lisboa e da Administração do Porto de Lisboa, e com a participação da Marinha, Transtejo/Soflusa, CP, Carris, Patriarcado de Lisboa e Escola Superior de Música de Lisboa.

Escrito por: Sílvia Malheiro



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