Para alguns pode soar como uma parceria surpreendente uma vez que Nicole Scherzinger é mais conhecida como cantora pop, mas na altura de escolher alguém para cantar "Io Ti Penso", o violinista David Garret não teve dúvidas: "Eu ouvi a Nicole cantar Music of the Night de Andrew Lloyd Webber no Royal Variety Show em Manchester, em 2011. Quando chegou a altura de escolher um candidato para cantar 'Io ti penso' pensei imediatamente nela. Ela tem uma voz extremamente versátil, variando da pop aos musicais e ao clássico. Para mim era importante encontrar uma cantora que conseguisse cantar tanto nos registos mais baixos como nos mais altos. Mesmo com grandes cantores, nem sempre isso acontece."
Escrito por: Tânia Cardoso
 
Fruto de uma parceria entre Madonna e Steven Klein, Secret Project Revolution é um filme de 17 minutos que apela à revolução. Mas não a uma revolução qualquer, a uma revolução de amor, de pensamento livre, de respeito pelos outros.

"Os mercados económicos estão a colapsar, as pessoas estão a sofrer um pouco por todo o mundo, e as pessoas estão com medo. E o que acontece quando as pessoas estão com medo? Elas tornam-se intolerantes. Começam a apontar o dedo a outras pessoas, dizem 'tu és a razão, tu és o problema, tu és a culpado, sai'. O inimigo não está lá fora, o inimigo está cá dentro." - ouve-se Madonna dizer no inicio do vídeo.

A mensagem continua com um relato do que Madonna observou ao percorrer o mundo com a sua tournée: "Vi muitas coisas das quais não gostei, vi apatia, vi intolerância, vi desespero e pobreza, vi descriminação e fanatismo, e uma espécie de nuvem negra sinistra de hipocrisia a mover-se sobre mim, como uma cortina de desespero. Sim, eu vi a falta de desejo alastrar-se como uma peste pondo toda a gente numa espécie de transe. E olhei para os olhos das pessoas e vi desamparo, desespero, vi pessoas à procura de uma saída, alguma nova e entusiasmante distracção, uma desculpa para fazer nada, um inimigo externo para culpar. Mas também vi pessoas desesperadas por um novo modo de estar, à procura de orientação, à procura de inspiração, de esperança, de amor."

E no seguimento de tudo isto, Madonna revela que quer dar inicio a uma revolução, mas que ninguém a leva a sério: "Sou uma mulher, sou loura, tenho mamas e rabo, e um insaciável desejo de atenção. 'Vá lá, mostra-nos o teu rabo, abana-o para nós, faz essa dança que sabes tão bem'. Ok, mas eu ainda quero começar uma revolução. Alguém tem de o fazer. Há muita beleza no mundo a ser desperdiçada, muito talento a passar despercebido, muita criatividade a ser esmagada pelas vontades das marcas corporativas e pelas modas. É tempo de acordar antes que seja tarde de mais. A história está a repetir-se. Não vêem um padrão aqui? Vivemos tempos assustadores, ou será que devo dizer que nem sequer vivemos de todo? A democracia parece já não existir. A liberdade de expressão parece uma frase feita." E continua explicando o quão difícil é ser artista nos dias de hoje, a força que é necessária para lutar por aquilo em que se acredita, e o quão afectada e insegura se sente devido a tudo isto, justificando assim a sua vontade de dar inicio a uma revolução.

"Esta será a revolução de pensarmos por nós próprios, de termos opinião própria, de estarmo-nos nas tintas para o que os outros dizem. Esta será a revolução de inquirir mais, de não estar preocupado em conquistar a aprovação das outras pessoas, de não querer ser outra pessoa mas estar perfeitamente satisfeito em ser-se quem se é, alguém único, e raro e destemido. Quero começar uma revolução de amor. E esta revolução vai ser superior a todos os medos, todos os sofrimentos, todas as separações, e incluirá todas as pessoas. Pretos, brancos, cristãos, chineses, muçulmanos, judeus, gays, heteros, bissexuais, gordos, deficientes, ricos, pobres, artistas e autistas. Fodam-se os rótulos. Odeio rótulos. Estamos todos juntos neste barco."

Depois de mais algumas reflexões sobre o medo, a intolerância, a importância de lutarmos pelo direito de ser livres e de sermos quem somos, e de termos a capacidade de mudar a situação actual não com violência mas com amor, Madonna termina o seu Secret Project Revolution com uma questão "Quero começar uma revolução. Estão comigo?" e uma dedicatória "Este filme é dedicado a todos aqueles que foram perseguidos, estão a ser perseguidos, ou possam vir a ser perseguidos. Pela cor da sua pele. Pelas suas crenças religiosas. Pela sua expressão artística. Pelo seu género. Ou pelas suas preferencias sexuais. Todos aqueles cujos direitos humanos tenham sido violados."

Escrito por: Tânia Cardoso